terça-feira, 10 de outubro de 2017

Critica ao texto de Friedrich Engels - Sobre a Autoridade -

Friedrich Engels em 1873 fez um texto criticando os anti-autoritarios a sua posição contrária a qualquer autoridade, seja política, empresarial ou jurídica.

Além de não saber absolutamente nada sobre as propostas anarquistas, que então eram mais práticas que teóricas, confundem a autoridade imposta no meio social (ser x ser) com a ecologia e meio-ambiente (natureza e ser).

Essa critica tem suposições modernas, ou seja, só para demonstrar os erros que ele comete, e que, todo marxista comete ao falar sobre o anarquismo.

Vamos ao texto:


"Todos estes operários, homens, mulh
eres e crianças são obrigados a começar e a acabar o seu trabalho a horas determinadas pela autoridade do vapor que não se importa com a autonomia individual. "

Caralho, como se uma "maquina a vapor" impusesse algo né?

"É preciso, pois, primeiramente, que os operários se entendam quanto às horas de trabalho, e que essas horas, uma vez fixadas, se tornem a regra para todos, sem nenhuma exceção."

Errado pra caralho, a organização de trabalho por ser associações livres e cada qual sua capacidade sabe o que tem que fazer, as horas são dinâmicas e como também, as horas não são fixas, dado que cada operário tem um trabalho X a fazer, um operário pode realizar a limpeza do local em 2horas enquanto o outro operário que cuida da parte mecânica 4 horas, não que dizer que sejam fixas e sim que o trabalho pode ser demorado ou rápido.

"Depois, em cada uma das salas e constantemente, surgem questões de detalhe sobre o modo de produção, sobre a distribuição dos materiais, etc., questões que é preciso resolver imediatamente, sob pena de ver parar toda a produção; quer se resolvam pela decisão de um delegado proposto por cada ramo de trabalho, ou, se possível, pelo voto da maioria, a vontade individual deve sempre subordinar-se; quer isto dizer que as questões serão resolvidas autoritariamente."

Ora, ai ele impõe uma visão bem precária, ele supõe que as decisões de modos de produção imediatas são obrigatórias, primeiro porque a organização operária terá evoluído toda à logística relativa a isto, que dizer, diminuir as consequências burguesas de demanda, ele como todo marxista pelego, acha que depois da revolução social (isso que a revolução pode demorar dias ou décadas para acabar) a organização de trabalho, logística, administração, etc... vai continuar com a tendência burguesa e centralismo liberal de sempre, ou seja apenas suposição sem teor real. As questões serão resolvidas conforme sua necessidade.



"O mecanismo automático de uma grande fábrica é bem mais tirânico do que alguma vez o conseguirão ser os pequenos capitalistas que empregam os operários. Pelo menos nas horas de trabalho pode-se escrever na porta da fábrica: Lasciate ogni autonomia voi che entrate!"

Claro, por isso queremos a revolução social, para mudar o quadro autoritário não?


"Se, pela ciência e pelo seu gênio inventivo, o homem submeteu as forças da natureza, estas se vingam submetendo-o, já que delas se usa, a um verdadeiro despotismo independente de qualquer organização social."

E desde quando o anarquista nega isso, isso que falta marxista ler os escritos anarquistas, Bakunin retrata muito bem isto, mas como sempre, Engels com seu camarada Marx, adoram inventar mentiras sobre e achar que essas mentiras são de fato verdadeiras. 

"Querer abolir a autoridade na grande indústria, é querer abolir a própria indústria, é destruir a fiação a vapor para voltar à roca de fiar."

Ou seja, no socialismo científico, os capitalistas continuariam dominado a indústria, só que com outro nome, MARXISTA.

"Tomemos, como outro exemplo, a estrada de ferro. Também aí, a cooperação de uma infinidade de indivíduos é absolutamente necessária, cooperação que deve ter lugar em horas bem precisas para que não ocorram desastres. Também aí, a primeira condição para o seu uso é uma vontade dominante que resolva todas as questões subordinadas, vontade representada quer por um único delegado, quer por um comitê encarregado de executar as decisões de uma maioria de interessados."

Claro, porque os que tão trabalhando na estrada de ferro, são os mesmos que estão trabalhando na indústria e precisam da estrada de ferro, ele confunde necessidade com autoridade, nada normal de um lixo intelectual.

"Num ou noutro caso, há uma autoridade muito pronunciada. Mas, o que é mais: que aconteceria ao primeiro comboio que partisse caso se abolisse a autoridade dos empregados da estrada de ferro sobre os senhores passageiros? Porém, a necessidade da autoridade, e de uma autoridade imperiosa, não pode ser mais evidente que num navio em alto mar. Aí, no momento do perigo, a vida de todos depende da obediência instantânea e absoluta de todos à vontade de um único."

Não, depende da racionalidade e não autoridade, uma pessoa racional no momento de desespero vai verificar mais prontamente ações de ajuda do que uma pessoa desesperada, não é ser autoritário, e sim ter uma tendência de ajuda mutua em observar ações que ajudem as pessoas.
A autoridade seria nesse sentindo, se ninguém de fato fizesse nada, já que sou uma autoridade os servis que ajudem. 
Relativismo pra caralho.

"Quando avanço tais argumentos contra os mais furiosos anti-autoritários, estes não sabem o que responder:"Ah! Isso é verdade, mas o que damos aos delegados não é uma autoridade, mas sim uma missão!". Estes senhores julgam ter mudado as coisas quando só mudaram os nomes. Eis como estes profundos pensadores gozam com as pessoas."

Engraçado, Bakunin, Kropotkin, Reclus, Emma, respondem com perfeição esses questionamentos de um infantil, mas como sempre, Engels apenas supõe que o questionamento dele é irrefutável (pareceria hoje com um ancap).

"Acabamos, pois de ver que, por um lado, certa autoridade, atribuída não importa como, e, por outro lado, certa subordinação são coisas que, independentemente de toda a organização social, se impõem a nós devido às condições nas quais produzimos e fazemos circular os produtos."

Confundido imposição, com produção e necessidade, e ainda acha que está certo, Engels a piada do marxismo.

"Vimos, além disso, que as condições materiais de produção e da circulação se complicam inevitavelmente com o desenvolvimento da grande indústria e da grande agricultura e tendem cada vez mais a estender o campo dessa autoridade. "

A natureza não é uma "autoridade" ela são impõe a nós, ela faz parte de nós, dizer que a natureza é uma "autoridade" nesse sentindo, é relativismo pra caralho, claro que na sociedade burguesa isso é fato, mas jogar isso para uma pós-revolução social é uma disfunção cognitiva séria. 
E achar que não importa o que fizer, as mudanças não ocorrerão, e nesse sentindo a luta marxista estará sempre fardada ao fracasso.


"É, pois, absurdo falar do princípio da autoridade como de um princípio mau em absoluto, e do princípio da autonomia como de um princípio bom em absoluto. A autoridade e a autonomia são coisas relativas cujos domínios variam nas diferentes fases da evolução social. Se os autonomistas se limitassem a dizer que a organização social do futuro restringirá a autoridade aos limites no interior dos quais as condições de produção a tornam inevitável, poderíamos entender-nos; em vez disso, permanecem cegos perante todos os fatos que a tornam necessária, e levantam-se contra a palavra."

A autoridade é autoridade, ou seja é a imposição de outrem a outro, a autonomia é ação necessária que você ira fazer sem depender da autoridade, não é relativo é antagônico. 
Cego para os marxistas, que acham que a autoridade é o suprassumo de uma revolução bem organizada, infelizmente Engels não estava vivo para vê o caos, catástrofe e banalidade do socialismo científico na URSS, mas, como marxista cego que é, não mudaria a sua visão, e como fazem os marxistas hoje, relativizaria a URSS e satélites, inventando desculpas e desculpas para não admitir sua limitação teórica e prática caótica.

"Porque é que os anti-autoritários não se limitam a erguer-se contra a autoridade política, contra o Estado? Todos os socialistas concordam em que o Estado político e com ele a autoridade política desaparecerão como conseqüência da próxima revolução social, ou seja, que as funções públicas perderão o seu caráter político e se transformarão em simples funções administrativas protegendo os verdadeiros interesses sociais."

Porque, pelas suas suposições medíocres é difícil ver, mas a autoridade é a base de qualquer forma de Estado, ou seja, a cada proto-autoridade em uma sociedade sem Estado, são mini-estados se formando, em pouco tempo, o Estado ressurgirá, mas como a visão marxista é limitante e anticientífica, como idealista e utópica, a visão é bem estreita mesmo. 

"Mas os anti-autoritários pedem que o Estado político autoritário seja abolido de um golpe, antes mesmo que se tenham destruído as condições sociais que o fizeram nascer. Pedem que o primeiro ato da revolução social seja a abolição da autoridade. Já alguma vez viram uma revolução, estes senhores?"

Sim já, Comuna de Paris, e no momento que entregaram suas condições sociais a uma autoridade, a Comuna se dissipou, aconteceu a mesma coisa na Revolução Espanhola, engraçado que no Território Livre da Ucrânia não existia autoridade, apenas organização autônoma, se não fosse pela traição bolchevique, a Ucrânia seria comunista libertária, mas como toda autoridade só quer crescer e impor sua autoridade a outros, toda revolução sempre será aniquilada pelos interesses da autoridade. 
PS: Nessa parte, ele acha que a hipótese dele, do livro, A Origem da Família, Propriedade Privada e Estado é 100% certeza, ou seja, achismo puro jogado aos 4 canto.

"Uma revolução é certamente a coisa mais autoritária que se possa imaginar; é o ato pelo qual uma parte da população impõe a sua vontade à outra por meio das espingardas, das baionetas e dos canhões, meios autoritários como poucos; e o partido vitorioso, se não quer ser combatido em vão, deve manter o seu poder pelo medo que as suas armas inspiram aos reacionários. A Comuna de Paris teria durado um dia que fosse se não se servisse dessa autoridade do povo armado face aos burgueses? Não será verdade que, pelo contrário, devemos lamentar que não se tenha servido dela suficientemente? Assim, das duas uma: ou os anti-autoritários não sabem o que dizem, e, nesse caso, só semeiam a confusão; ou, sabem-no, e, nesse caso, atraiçoam o movimento do proletariado. Tanto num caso como noutro, servem à reação."

Não, uma revolução é a coisa mais sangrenta que se possa imaginar, que dizer, ele acha que nós anarquistas não sabemos como funciona uma revolução, não iremos impor nada, mas defender com unhas e dentes o território cada vez mais conquistado, nesse sentindo, não iremos formar um partido único (ditadura anarquista), mais iremos sim pegar em armas para destruir toda a autoridade imposta a nós, e ao mesmo tempo no próprio seio do movimento a liberdade, igualdade vem a tona, guerra aos senhores, paz dentro do movimento. 
Nesse sentido, Engels nega as catástrofe da Comuna de Paris, engraçado, pois eram os anarquista que lá estavam e lá viram o erro de entregar a organização social a uma autoridade imposto.

Fonte do texto: Sobre a Autoridade

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